Antes da pandemia, a Soft Trade deu início à migração de alguns serviços do seu data center para a nuvem. Processo que foi intensificado em 2020 e hoje, todas as informações de seus clientes estão nesta plataforma. Os principais ganhos são com a segurança e a eficácia, como por exemplo, o não interrompimento dos equipamentos por falta de energia elétrica ou por quebras. 

A primeira dica de Alexandre Augusto Nogueira Eisenmann, sócio e fundador da Soft Trade, é fazer um planejamento adequado para não arcar com um custo maior do que o necessário. “De qualquer forma, o custo aumenta, pois você está contratando um serviço que antes era feito internamente. Se não tiver um planejamento, ele fica caro, esta lição nós aprendemos durante o voo e fomos nos ajustando”, recorda-se.

Líder de TI, Fernando de Sousa Mesquita, faz uma analogia da migração para a nuvem com a locação de um veículo. “A plataforma de nuvem é como se fosse uma locadora de carro, pois eu posso alugar um carro básico, um sedan ou um veículo premium, e essa escolha tem um preço. Na nuvem a decisão é pela sua carga de trabalho”. 

Seguindo a mesma analogia, Alexandre explica que o modelo pode ser contratado por períodos específicos. “Podemos alugar um Jaguar das 9h às 12h, à tarde um sedan e à noite um carro mil. Essa era a nossa preocupação em relação ao investimento para não deixar o Jaguar na garagem. À noite o nosso cliente usa pouco a nuvem, o uso maior é durante o dia”. 

Logo no começo, recorda-se Cristiano Garcia Costa, gestor de Tecnologia, a decisão foi pela plataforma da Microsoft, nos Estados Unidos. “A diferença de preço é significativa quando comparada à da nuvem no Brasil. Para quem pretende migrar para a nuvem, a minha dica é saber se ela tem essa flexibilidade, pois dependendo do ramo de atuação, os dados não podem ser migrados para fora do país”, orienta. 

Processo

Cristiano conta que antes da pandemia, eles já deram início à migração do data center para a nuvem. Um dos principais motivos foi oferecer mais segurança aos seus clientes. “No quesito segurança, a nuvem dá uma segurança adicional, pois no caso de uma invasão de hacker, o cliente pode ficar dias parados, ter um grande prejuízo, ter o risco de contratos interrompidos e até o fechamento de suas portas”, ressalta. 

A Soft Trade operava com dois data centers, um na sua sede, em São Paulo (SP), e outro contratado em Alphaville (SP). O do escritório se manteve para atendê-los (operacional). Alexandre acrescenta que além da segurança, a parte física foi levada em conta para a migração. “A nossa equipe cuidava de toda a parte de firewall, que é o mecanismo de prevenção de invasão de hackers, mas, a Microsoft tem uma estrutura gigantesca de segurança, o que também contou para decidirmos pela nuvem, onde o risco de invasão e a possibilidade de desastres é muito menor”. 

Outro ponto favorável para a adoção da nuvem é no que diz respeito aos equipamentos. “Eles estão suscetíveis à quebra e temos que estar preparados, pois o serviço não pode parar. Essa conta de serviço parado, indisponível, fica muito cara. A nuvem vem para suprir esta necessidade”, afirma Alexandre. 

Adaptações

De um data center interno, onde as adaptações e regras são criadas pela própria empresa, ao migrarem para a nuvem, não só as aplicações como os produtos têm que ser adaptados às regras da provedora deste serviço. “Este foi um trabalho de dois anos, que começamos em 2019. Em 2020, nós já tínhamos feito um trabalho de adaptação de no mínimo um ano para começarmos a migração. Hoje, ela está completa”, pontua Alexandre.

Fernando especifica quais foram as adaptações necessárias: “nós tivemos que nos adaptarmos muito do ponto de vista técnico, pois a abordagem em nuvem é totalmente diferente da abordagem em um data center. Como por exemplo, não é preciso o domínio técnico para subir a parte física de hardware, mas é necessário o domínio técnico para operar com a plataforma. Este foi um dos nossos maiores desafios e em fazer o sizing, ou o dimensionamento mais próximo do que precisávamos para não pagarmos a mais pelos serviços em nuvem, sem necessidade. E nós desenvolvemos muito bem esta trajetória”. 

A dica que ele deixa para quem pretende migrar para a nuvem é mexer o mínimo possível no seu ambiente atual e no seu produto. “Nós mexemos o mínimo possível no produto para poder subi-lo para a nuvem e com o ambiente estabilizado na nuvem, é possível pensar nas mudanças do produto, se necessário”, explica. 

Modelos

A nuvem disponibiliza três modelos de contratação: 

– IaaS, Infrastructure as a Service ou a infraestrutura de TI em nuvem por meio da internet: a contratação é de uma infraestrutura completa de rede e servidores e paga pelo recurso específico utilizado, durante o tempo necessário. 

– PaaS, Platform as a Service: além de oferecer uma infraestrutura completa de rede e servidores, ela descarta a necessidade de manter uma infraestrutura completa de hardware e software localmente na empresa. O seu pagamento também é por utilização (Pay per use). 

– SaaS, Software as a Service: é o modelo em que o provedor assume a responsabilidade pelas manutenções, correções de bugs e atualizações da aplicação; ele gerencia toda a aplicação.