ESG, o RH precisa assumir o protagonismo. Especialista no tema, Ricardo Voltolini, comenta os caminhos a seguir

ESG, o RH precisa assumir o protagonismo. Especialista no tema, Ricardo Voltolini, comenta os caminhos a seguir

Em entrevista exclusiva ao nosso portal, Ricardo Voltolini, diretor de Sustentabilidade da ABRH Brasil e CEO da empresa de consultoria Ideia Sustentável, comenta os principais temas que foram apresentados e discutidos no 2º Fórum ESG para RH, realizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) e coordenado por ele, no dia 29 de setembro, em São Paulo (SP). O evento teve a participação de 300 pessoas.  

Na ocasião, especialistas, executivos e CEOs de renomadas empresas do mercado brasileiro mostraram os caminhos, exatamente dentro do foco do fórum, que foi mostrar a necessidade do RH se tornar protagonista do ESG. “Nós trouxemos essa discussão para o evento, pois não é só o S (Social) o papel do RH. Ele precisa entender que a sua equipe tem que ter pessoas que entendam do E (Ambiental) e que discutam o tempo inteiro o G (Governança)”.

Foto: Divulgação/Ricardo Voltolini

E o ESG veio para ficar. “Ele vai definir ou redefinir a maneira de pensar e de conduzir o negócio. O RH precisa de repertório, entender o seu papel e assumir o protagonismo nesta conversa. Se a área que cuida de gente não for protagonista do tema que diz respeito a gente, algo está errado naquela empresa, ela não entendeu direito o recado do porquê este tema é tão importante hoje”, destaca.

Protagonismo

Para ter uma participação importante nesse processo, Voltolini diz que o RH precisa ter um parceiro estratégico, precisa estar sentado à mesa do C-level, do conselho, apresentando soluções e discutindo propostas que endurecem a criação de uma cultura de ESG; o que normalmente não acontece.

“O que percebemos, e pela minha experiência de mais de 25 anos trabalhando com o tema, é que o RH sempre foi um parceiro sentado no banco de trás do carro e não ao lado do motorista. Quase sempre ele é um parceiro chamado no final do processo quando as estratégias já estão discutidas, apenas para operar, por exemplo, o treinamento, o desenvolvimento de um conjunto de líderes ou de colaboradores para os temas de ESG”.

Perguntas centrais

Como o assunto é novo para o RH, naturalmente, há mais dúvidas do que certezas. “O evento procurou trazer respostas para as perguntas centrais que hoje estão na mesa do RH e ele está com dificuldade de entender como pode atuar e qual é o seu papel. São questões sobre como desenvolver competências de ESG e nós levamos empresas que mostraram como estão fazendo isso. Falta ao RH saber por onde começar, o que não é tão simples”.

Exemplos

Um deles é sobre como construir uma política de diversidade e inclusão, que parece ser simples, mas não é. “Este é um assunto arenoso, complicado, pois lidamos com vieses inconscientes. É preciso fazer um plano, um censo, sensibilizar as lideranças para o tema, construir estruturas de grupos de afinidades e ter metas, o que não é tão simples”. 

Outro assunto tratado no evento foi como formar líderes orientados para ESG. “É um assunto absolutamente novo. O meu primeiro livro sobre esse tema é de 2011 e na época, ainda não havia um ambiente propício para a discussão deste tema. Hoje, as escolas de negócios no mundo todo e as empresas estão discutindo como formar esta liderança. É uma mudança total de cultura”.

O que está acontecendo, diz ele, é mais empresas colocando debaixo da diretoria ou da vice-presidência o assunto ESG. “Estes profissionais estão sendo demandados para conhecerem melhor o tema, melhorarem o seu repertório, entenderem quais são os seus desafios e de que forma eles podem participar de forma mais estratégica dessa agenda”. 

Case Ambev

Tema em voga, a saúde mental também fez parte do fórum. “Quando as pessoas estão estressadas, tristes, com problemas financeiros e deprimidas, a tendência é que ocorram mais casos de saúde mental. Os números mostram claramente que aumentou os casos de síndrome do pânico, de depressão e de síndrome de burnout. Isso passou a ser um tema muito relevante e as empresas ainda não sabem como lidar com ele”.

E para mostrar um case, Voltolini comenta a apresentação de Michele Salles Villa Franca, Diretora de Diversidade e Inclusão e Saúde Mental Ambev América do Sul. “Ela falou que nós precisamos tomar cuidado, porque o forte da nossa cultura é a performance, mas às vezes podemos exagerar nesta dose, nos descuidarmos e pressionarmos demasiadamente os nossos colaboradores. Por isso, a Ambev criou esta diretoria (em 2021) e está atenta a todos os indicadores que mostram como os seus colaboradores estão lidando com o trabalho, com os desafios e com a pressão por resultados”. 

Caminho sem volta

Nas palavras de Voltolini, o tema ESG começou com um pensamento de investidor. “Portanto, é um pensamento muito financista, o que eu discordo, para mim, ESG é sobre gente”. O tema ganhou força durante a pandemia, basicamente por duas questões: a ciência do clima, no sentido de que é preciso retirar carbono das operações, e a ascensão dos millennials ao poder.

“Os millennials passaram a assumir cargos importantes de comando nas empresas e eles já vêm com o chip geracional de “propósito” antes do lucro, diversidade e inclusão, respeito à biodiversidade e ao consumo consciente. São eles que estão dizendo mais ou menos como quer que as empresas sejam e principalmente para os investidores, o ESG é um movimento cobrando que as empresas enderecem melhor os seus desafios, riscos e dilemas ambientais, sociais e de governança”.

Segundo ele, o ESG é bom para todo mundo, para a empresa, que valoriza os seus ativos, para os colaboradores, porque eles se sentem pertencendo a uma empresa que tem propósito, que está preocupada com o meio ambiente, com a comunidade e com as pessoas. É bom para os investidores porque eles reduzem riscos. “É o tipo do jogo de ganha-ganha”.

Missão cumprida 

Por ter sido um evento da ABRH Brasil, “uma organização que conversa e que procura atuar no desenvolvimento dos profissionais do setor, nós entendemos que o ESG é um novo elemento no cenário que valoriza sobremaneira o papel do RH, pois, a sigla ESG se complementa. Os participantes saíram do evento compreendendo que o desafio é um pouco maior do que eles imaginavam”, afirma Voltolini. 

De acordo com ele, “é um entendimento do conjunto das siglas ESG, do equilíbrio destes conceitos no novo modo de pensar e conceber negócios, muito mais éticos, muito mais transparentes, mais respeitoso com as pessoas e mais cuidadoso com o meio ambiente”. 

Voltolini também é autor do livro “Vamos falar de ESG”, lançado no início deste ano, uma coletânea de artigos selecionados que ele escreveu ao longo de três anos, explicando sobre a mudança de sustentabilidade para ESG. “Os direitos autorais do livro foram doados para instituições especiais. O meu propósito é só disseminar o assunto”, finaliza.

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