A cultura do home office ou trabalho remoto, em suas modalidades pleno e híbrido, vêm reforçar um movimento que já acontecia, predominantemente, fora do Brasil, ou seja, podemos dizer que, de certo modo, a pandemia (e a consequente mudança de cultura que se observou no modelo de trabalhar) impulsionou as pessoas que desempenham determinados tipos de atividades a oferecer seu conhecimento e experiência a mais de uma empresa.
Em suas palestras, Branca Barão, Master trainer em Programação Neurolinguística Sistêmica, especialista em comportamento humano e também escritora, já vinha falando sobre isso há algum tempo, ela denomina esse movimento de “a era da autonomia”.
“As mudanças no modelo de trabalho são muito claras para mim, principalmente neste momento de pós pandemia. Há uma grande tendência de as pessoas se afastarem do vínculo formal de trabalho, criando a sua própria empresa e, assim, passam a vender o seu tempo não só no atacado, como a gente conhece formalmente a relação de trabalho, mas, também, no varejo”, afirma.
Ela explica que desta forma é possível trabalhar para mais de uma empresa, ou como ela diz, atender vários clientes. “Na minha percepção, o sonho de muitos é fugir da carga excessiva de trabalho e obter mais qualidade com o potencial de ganhar mais ou o suficiente. Isso agrega valor ao seu tempo, faz com que você tenha autonomia para oferecer o que faz de melhor para vários clientes e descobrir novos clientes para oferecer o seu trabalho”.
Líder de si mesmo
Para atingir este patamar, Branca Barão coloca duas questões importantes, a primeira delas é ser líder de si mesmo. “As relações de liderança acabam tendo um impacto muito decisivo no sentido de que eu vou prestar o meu serviço para uma empresa ou cliente, onde eu mais me sinto fazendo a coisa certa, na hora certa”. A segunda questão é o nível de autonomia.
“As pessoas que desenvolvem o autoconhecimento para descobrirem quais são seus talentos, as suas facilidades e os seus pontos fortes, mais autonomia terão para pensar, agir e sentir. Por consequência, desejarão não ter vínculo com uma única empresa, justamente para aprimorar os seus propósitos e os seus valores”.
Branca Barão explica ainda que quem tem baixa consciência de si e o do valor de sua entrega, provavelmente, continuará trabalhando indefinidamente no formato que já conhecemos. “Ou seja, tendo um emprego”, conclui.
Experiência interessante relata Arthur Asnis, Co-CEO da Soft Trade: “Algumas das pessoas que trabalhavam na nossa empresa receberam ofertas de salário às quais não pudemos cobrir e decidimos contratar essas pessoas part-time, ou seja, por algumas horas diárias. Essas pessoas que já conheciam as nossas soluções e a nossa metodologia de trabalho, agregaram experiências que estão tendo em seus novos empregadores e com isso, nós tivemos um ganho em qualidade que foi perceptível, além disso, ganhamos em oxigenação”.
O que diz a CLT
Arthur Asnis, esclarece que não há dispositivo na CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas e na legislação correlata, que trate ou impeça uma pessoa, um trabalhador, de ter vínculo com mais de uma empresa no mesmo período. Importante é “formalizar em contrato, entender a dinâmica dos horários e manter uma cláusula de confidencialidade, para que ninguém saia prejudicado”.
No tocante à confidencialidade, caberá à pessoa ter maturidade e responsabilidade para lidar com informações que têm potencial de gerar conflito de interesses ou ligadas a segredos comerciais. Essa questão é a mesma à qual se submetem pessoas em outras profissões como a de terapeuta, por exemplo.
E nós da Soft Trade, desenvolvedora de softwares para as áreas e rotinas de RH, há mais de 35 anos, também temos soluções que possibilitam a gestão desse cenário, como o nosso Controle de Jornadas.
